Por Jansen Lucas
Samba de Roda conduz o leitor por um mergulho detalhado neste patrimônio imaterial, apresentando não apenas a história da roda de samba, mas traçando também um panorama mais amplo do folclore brasileiro.
A narrativa se desenrola a partir dos preparativos para a celebração do centenário de Mãe Cininha, matriarca da família que serve como nossa “guia” na história. Enquanto parentes e amigos se mobilizam para a grande festividade, todos aguardam a chegada de Tito, o responsável tradicional pela organização da roda de samba.
Esse enredo serve de pano de fundo para que a autora explique os elementos que compõem essa manifestação cultural: quem são os músicos, quais instrumentos são utilizados, como as mulheres participam da dança e revezam no centro da roda. Cada elemento é apresentado de forma natural, incorporado à trama sem que a narrativa perca fluidez.
Outro diferencial do livro são as ilustrações de Gabriel Gabiru, que combinam colagem digital e desenho para conferir um caráter quase documental à obra. Seu trabalho visual não apenas complementa o texto, mas também reforça a proposta de tornar essa cultura acessível ao leitor, celebrando a fusão entre tradição e modernidade.
Apesar do grande grupo de personagens apresentado, o leitor não fica de forma alguma confuso, pelo contrário. Cada um dos personagens presentes nas páginas tem utilidade na narrativa.
Samba de Roda não é apenas um quadrinho sobre um evento cultural, mas um convite para imergir nas raízes da cultura brasileira. Com um enredo fluido e uma abordagem sensível, Juliana Barreto Farias oferece ao público uma experiência que une história, arte e identidade — reafirmando a importância da roda de samba como um patrimônio vivo e pulsante da nossa cultura.
Confira o texto de Jansen Lucas na íntegra aqui: Jornal O Povo.