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Romancista, tradutor (de Gide, Bataille e Maupassant, mas também de Chandler), jornalista, descobridor de tantos novos talentos, colunista de futebol, mas principalmente um editor. Passou por todas as grandes editoras e por quase todas a grandes publicações da Itália (definido por alguém como um demissionário serial, não gostava de brigar e quando o trabalho deixava de ser divertido, ele o abandonava, nas suas palavras “preferiva di no”).
Para mim foi mais que tudo o editor da Linus, a revista mais elegante dos quadrinhos mundiais. Eu nem era um fã da maior parte dos quadrinhos publicados, mas todos eles, combinados com aqueles textos e aquela diagramação tão elegante, faziam da Linus a principal referência de qualidade nos quadrinhos ocidentais.
Harvey Kurtzman

O Livro da Selva e O Cadáver do Rio Imjin).


Depois de Robert Crumb, é possivelmente o quadrinista norte-americano que mais influenciou o quadrinho ocidental a partir da segunda metade do século XX (até o Asterix foi criado por Goscinny e Uderzo sob a forte influência de Kurtzman). Mas, apesar de tudo isso disso, ele é mais lembrado como editor, porque inventou a revista Mad, que foi o melhor comic book de todos os tempos enquanto ele foi o editor.
Ele também criou a Help, que foi a melhor revista dos Estados Unidos durante os cinco anos que existiu (1960-1965). Além dos colaboradores habituais de Kurtzman (Will Elder, Jack Davis, Al Jaffee e John Severin), a Help tinha, por exemplo, Terry Gilliam e John Cleese (sim, foi na Help que começou a nascer o Monty Python), Woody Allen e Gloria Steinem, e os jovens estreantes Robert Crumb e Gilbert Shelton.


Paul Buhle

Vejo a minha estante e ela está cheia de livros de Buhle sobre marxismo, anarquismo, feminismo e luta antiracista, quadrinhos, Hollywood... Quando perguntei a ele a respeito de sua trajetória intelectual, respondeu: “Aos 12 anos, eu era já realmente muito fã do Kurtzman e seu gibi Mad (a revista Mad que veio depois era bem menos feroz e mais juvenil), então foi Kurtzman/Willie Mays/MLK/Lenny Bruce (e o movimento pelos direitos civis) e então Diane DiPrima/Ferlinghetti e então... passados poucos anos... Daniel DeLeon/marxismo... três anos depois... C.L.R. James”.
Buhle já me ajudou diversas vezes com indicações de leituras, informações sobre quadrinhos ou, por exemplo, história do marxismo nos Estados Unidos, C.L.R. James e W.E.B. Du Bois (ele acaba de editar um livro a respeito). Sou amigo e fã.
Josep Maria Berenger

É simples, a Veneta foi criada por causa do Joseph Berenguer. Explico isso em um dos primeiros textos que fiz para este blog. E repito aqui:
https://www.veneta.com.br/blog/quadrinhos-11/aprendendo-a-voar-o-primeiro-voo-321
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